domingo, 21 de fevereiro de 2010

ESCOLA SEMPRE

“Uma escola sem pessoas seria um edifício sem vida. Quem a torna viva são as pessoas: os alunos,
os professores, os funcionários e os pais, que não estando lá permanentemente, com ela interagem.
As pessoas são o sentido de sua existência. Para elas existem os espaços, com elas se vive o tempo.
As pessoas socializam-se no contexto que elas próprias criam e recriam. São o recurso sem o qual
todos os outros recursos seriam desperdício. Têm o poder da palavra através da qual se exprimem,
confrontam os seus pontos de vista, aprofundam os seus pensamentos, revelam os seus sentimentos,
verbalizam iniciativas, assumem responsabilidades e organizam-se. As relações das pessoas entre si e
de si próprias com o seu trabalho e com sua escola são a pedra de toque para a vivência de um clima
de escola que busca  uma educação melhor a cada dia.”
Isabel Alarcão in "Escola reflexiva e racionalidade"
Porto Alegre:Artmed,2001

sábado, 13 de fevereiro de 2010

PRIMEIRO DIA DE AULA

Primeiro dia de aula. Alunos ansiosos andam pelos corredores. Professores tentam demonstrar tranquilidade. O sinal ainda não bateu. Sorrisos e saudações entre mestres e pupilos dão uma amostra de que na escola, apesar das tensões eventualmente aflorarem, prevalece um ambiente amigo, cordial, camarada e muito propício ao ensino-aprendizagem.
É perceptível que as pessoas, ainda que algumas com ressalvas, principalmente os alunos – que reclamam de levantar cedo, das tarefas que têm pela frente, de alguns professores com os quais não tem uma relação tão boa, entre outros temas que geram descontentamento – apreciam estar nestas salas, corredores, laboratórios, bibliotecas, quadras...
O encontro marcado começa, ano após ano, com turmas que se renovam, é gente que vai e outros tantos que vem. Saudades de ambas as partes. Dos professores, além das boas memórias, das lições, dos conteúdos e dos momentos agradáveis. Ficam para os alunos o carinho, a preocupação, os conselhos. Mesmo entre os que são mais sérios, turrões, bravos ou tímidos demais para expressar esta afeição que o ambiente escolar propicia.
Dos alunos, para os professores, dos mais aplicados aos mais quietinhos, daqueles que aprontam e dão muito trabalho aos que têm muita dificuldade, ficam tanto a devoção e a admiração – mesmo que entremeadas por situações de dificuldade, tensão e indisciplina – quanto o reconhecimento do esforço, a dedicação para aprender a vontade de vencer.
É claro que no primeiro dia de aula ainda não é possível prever ou antecipar tudo que há pela frente. Não dá para saber ao certo quem é quem. Mesmo em relação aos alunos com os quais trabalhamos em anos anteriores, em outras etapas de sua formação. As férias podem ter mudado algo neles. Eles podem ter amadurecido, ou mesmo resolvido ficar um pouco mais travessos, brincalhões...
A escola prevê, com os planos de ensino, aquilo que devemos, pretendemos e iremos lecionar. Em Matemática, História, Ciências, Português e todas as áreas do conhecimento, ficamos antevendo e explicando, no dia a dia das escolas, com a esperança de que, de algum modo, isso possa legar aos estudantes um futuro mais digno, glorioso, de conquistas e muitas alegrias.
Por vezes nem nos damos conta de que os professores vão muito além das áreas do conhecimento, nas quais atuam como especialistas ou mesmo como generalistas (nas séries iniciais do ensino fundamental). Entramos na alma, deixamos, indelével, nossas marcas. E estas marcas podem ser profundas ou superficiais, mas estão lá. Assim como recebemos também, dos alunos, retornos que nos acompanham ao longo de nossas vidas. Alguns mais do que outros, sendo sempre lembrados, mas todos, de algum modo, passam a fazer parte de nossas trajetórias profissionais e pessoais.
Ser professor nestes primeiros dias é assumir riscos e compromissos que duram não apenas um ou alguns anos letivos. Vai muito além disso. Relaciona-se à existência de todos e de cada um dos alunos em particular, seja porque lhes demos instrumentais com os quais irão poder pelejar na vida (e esperamos que com isso possam vencer) ou porque lhes demos a oportunidade de usufruir de nossas crenças, valores, ações e ética para que, de algum modo, sejam capazes de escolher os seus caminhos tendo outros referenciais.
Educar é um ato de amor profundo. Ao educar salvamos vidas. Na escola, perseguimos não apenas conteúdos, mas dignidade, cidadania, ética e felicidade em cada aluno com o qual nos encontramos.
Poético demais? Creio que não. A poesia não apenas ilumina a alma e dá força para lutarmos diariamente por um mundo melhor. É poderoso elemento que alimenta o sonho, permite e estimula o plano de vida e nos possibilita concretizar um amanhã realmente digno e feliz! Um ótimo retorno às aulas a todos!



Texto de João Luís de Almeida Machado enviado ao Jornal Virtual. Ele também é autor do livro Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema (Edit. Intersubjetiva).
 E-mail: joaoluis28@gmail.com.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

THINK B4 U POST!!!!

Para os menos avisados "THINK B4 U POST = PENSE ANTES DE POSTAR" é o lema do "SAFE INTERNET DAY = DIA DA INTERNET SEGURA", dia 09 de fevereiro em 55 países, inclusive nosso Brasil varonil!
Leia as dicas para postar sem problemas aqui.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Atenção: desligar e guardar os celulares. Celular na escola? Pode?

Tem causado grande polêmica a criação de leis municipais e estaduais que propõem proibições para o uso do celular nas escolas. Nas redes de ensino onde isto já é praticado, justifica-se que só mesmo com a proibição legal garante-se a autoridade do professor que, desta forma, amparado pela lei, pode se fazer respeitar durante suas aulas, proibindo o uso do celular. "Celular na escola, não!", ou como dizem os não tão radicais, "celular durante a aula, não!"
Acesse aqui o artigo completo.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

ESCOLA DO SÉCULO XIX X ALUNOS DO SÉCULO XXI

Muitos profissionais da educação ainda se encontram perplexos diante do cenário educativo que contemplam em suas escolas, porque continuam sendo teóricos numa sociedade que se transformou radicalmente.
O mundo de hoje requer interatividade.Então, os professores precisam se abrir às novas formas de pluralidade, às novas tecnologias, aos novos pensamenteos, se quiserem sobreviver às salas de aula.
Segundo Elisa Wolynec( livre docente da Universidade de São Paulo) a era da interatividade é a evolução da era da informação e a aprendizagem só ocorre quando há interação e motivação.
Nas últimas décadas, a evolução tecnológica produziu uma transformação radical na indústria, no emprego e na sociedade, exigindo transformações na EDUCAÇÃO, introduzindo novas ideias, como a necessidade de capacitar para a aprendizagem independente e a personalização.
A personalização significa identificar as necessidades de cada aluno, sua forma de aprender, sua aptidão, ajudando-o a evoluir e atingir todo seu potencial. Em resumo, o ensino deve ser centrado no aluno e não no professor.
Numa sala de aula com 40 alunos, o professor não consegue dar atenção individual nem consegue personalizar a aprendizagem. Entretanto, mudando a metodologia, restringindo o tempo utilizado com aulas expositivas e incluindo atividades de auto-aprendizagem é possível aumentar a personalização. O material de aprendizagem pode conter vídeos, simuladores, exercícios, leituras, discussões em grupo. enfim, atividades que atendam aos diferentes estilos de aprendizagem.
Com a introdução dessas diferentes metodologias, desenvolve-se no aluno a capacidade de " aprender a aprender", ou seja, tornar-se um aprendiz independente.
Um ambiente estimulante propicia a construção do conhecimento.
Só a educação pode transformar nossos jovens em aprendizes criativos, autônomos e possibilitar-lhes o acesso às melhores experiências de aprendizagem, crescimento e satisfação pessoal.
Não podemos mais ensinar os estudantes de hoje com as metodologias e tecnologias do século XIX.
Não sabemos todas as respostas, mas sabemos o suficiente para iniciar algumas mudanças. E como o caminho é longo, é bom começarmos já!

DIA DA INTERNET SEGURA

Conheça a campanha que mobiliza instituições para a promoção de atividades de conscientização em torno do uso seguro e responsável das novas tecnologias de informação e comunicação. O evento acontecerá no próximo dia 09 de fevereiro e pretende atingir 55 países.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

PROFESSOR X INDISCIPLINA


A respeito do texto dissertativo pedido na prova dos professores do último dia 02:
"Um dos principais problemas da escola é a relação professor-aluno. Como o professor pode cuidar dos problemas de indisciplina, falta de respeito e motivação dos alunos com a mesma atenção que se dedica ao ensino dos conteúdos escolares?"
A INDISCIPLINA E A ESCOLA ATUAL     de Julio Groppa Aquino
Este texto é uma versão ampliada do roteiro empregado no vídeo-palestra "A indisciplina e a escola atual", produzido pela FDE/SP, em 1997, que contou com nossa participação. O estilo narrativo direto e o tom coloquial devem-se, obviamente, aos objetivos do vídeo. Do ponto de vista dos temas tratados, configura-se inicialmente o baixo aproveitamento e a indisciplina escolar como os impasses fundamentais vividos no cotidiano escolar brasileiro, tomando como recorte a emergência dos "alunos-problema" como uma das principais justificativas empregadas pelos educadores na atribuição das causas de tal impasse. Em seguida, tenta-se rastrear e desconstruir as explicações mais comuns sobre as supostas causas da indisciplina escolar, tais como: a estruturação escolar no passado, problemas psicológicos e sociais, a permissividade da família, o desinteresse pela escola, o apelo de outros meios de informação etc. Por fim, fundamentam-se algumas propostas pedagógicas para uma compreensão mais autônoma da especificidade do trabalho escolar, bem como algumas regras éticas de convivência em sala de aula, de tal sorte que se possa lançar um novo olhar sobre o ato indisciplinado, cujas interpretações mostram-se, na maioria das vezes, de maneira estereotipada.

Leia o texto completo aqui:

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PLANEJAR PARA QUÊ?

O planejamento é uma ferramenta administrativa, que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, estruturando o trâmite adequado e reavaliar todo o processo a que o planejamento se destina. Sendo, portanto, o lado racional da ação. Tratando-se de um processo de deliberação abstrato e explícito que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos pré-definidos.
Um bom planejamento requer ações em três esferas:

  • a rede é responsável por dar as diretrizes gerais para o trabalho;

  • o coordenador pedagógico deve organizar o trabalho da escola;

  • cada professor deve precisa definir suas atividades em sala de aula.
Para isso, todos nós temos que nos preparar, nos inteirar do que acontece lá fora, das novidades enfim.Temos que defimir as prioridades e os objetivos.
Em milhares de escolas, os professores sonham com um futuro melhor para seus alunos porque têm consciência de seu papel na consrução de uma sociedade mais justa, mais igualitária. Porém, muitas vezes falta ação conjunta, estratégia.
Nossa meta é sempre formar indivíduos autônomos e o planejamento é o instrumento que nos conduz a esse ideal. O fator decisivo é a importância que nós damos às atividades mentais construtivas, não apenas mecânicas, às aprendizagens compartilhadas, onde os alunos perguntam, ajudam-se mutuamente, crescem e não apenas recebm informações.
Chegou o momento de discutirmos:

  • o conteúdo a ser definido;

  • as metas a serem alcançadas;

  • as estratégias a serem adotadas

  • as práticas avaliativas a serem implantadas.
Tudo deve ser muito bem planejado. E esse planejamento deve ser  um trabalho a ser implementado, revisado bimestralmente e replanejado de acordo com as necessidades de cada sala.
Devemos nos fixar em dois pontos para garantirmos um planejamento de qualidade:

  • Diagnóstico - informações precisas e seguras que conseguirão identificar corretamente os problemas que teremos pela frente;

  • Ação - é o planejamento colocado em prática, de preferência explorando a interdisciplinaridade, a contextualização e a organização dos conteúdos.
Não podemos nunca nos esquecer de que boas intenções não produzem consenso e cooperação. Boas estratégias, sim!

fontes: wikipedia / revista escola

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

A SALA DE AULA COMO ESPAÇO DE VIVÊNCIA E APRENDIZAGEM
A sala de aula é o espaço de encontro entre alunos, professor(a) e conhecimento.
Nela, vínculos de amizade, cooperação e confiança se constroem e se consolidam, animando o processo de ensinar e aprender.
Vista dessa forma, a sala de aula é pulsante, viva e dinâmica. As vozes de cada aluno(a) e do(a) professor(a) podem ser ouvidas, ampliadas e aprimoradas, através da interação entre eles e deles com o conhecimento.
Vamos refletir sobre a sala de aula como espaço de vivência,experimentação e construção. Para isso, nos reportaremos aos protagonistas, que atuam como parceiros nesse espaço e vamos pensar sobre estratégias de organização da aula, que favoreçam a relação entre alunos, professores e conhecimento.
Começaremos analisando duas aulas:

Aula 1

Professora Clara

INTRODUÇÃO
A professora Clara chega na sala exatamente quando o sinal avisa que a aula vai começar. Encontra seus alunos e alunas sentados, um atrás do outro, já com os cadernos abertos, estojos e atenção a postos.
Ela os cumprimenta, vai para a lousa e escreve o título de uma notícia do jornal daquele dia: “Chuvas repentinas castigam a cidade”. Em seguida diz aos alunos que vai colocar o texto da notícia na lousa e pede que o copiem, com bastante cuidado, prestando especial atenção à ortografia. Os alunos prontamente começam a escrever. Passados alguns minutos, chegam atrasados três alunos. Eles se desculpam pelo atraso e dizem que ficaram muito tempo parados por causa da chuva que entupiu o trânsito na cidade.
A professora Clara pede para que entrem, não há problema porque ainda podem copiar a primeira parte do texto. A aula segue com os alunos terminando de registrar o texto e respondendo algumas perguntas feitas
pela professora.

Aula 2
Professora Neusa
No horário da aula, a professora Neusa chega, cumprimenta seus alunos e pede para que organizem as mesas e cadeiras em roda, pois vão começar a aula discutindo uma notícia que ela trouxe. Em primeiro
lugar, a professora verifica se estão todos ali. Uma aluna diz que algumas pessoas chegarão atrasadas por causa da chuva forte que caiu, mais uma vez, à tarde. Neusa, então, explica ao grupo que a notícia que trouxe é exatamente sobre as chuvas que têm castigado as pessoas da cidade. Ela começa por perguntar se entre os alunos, há alguém que tenha sofrido com a chuva. Vários alunos passam a dar seus depoimentos, falando sobre problemas com o trânsito e com as enchentes. A partir daí, a professora convida os alunos a pensar sobre as causas das enchentes: falam de lixo, entupimento de bueiros e canalização de rios. No final da aula, ela lê a notícia que trouxe e pede para que cada um escreva um pequeno texto comentando o que pode ser feito para diminuir o problema das enchentes.

As descrições acima nos permitem fazer uma série de observações importantes. Iniciemos por analisar a aula da professora Clara.
As notícias de jornal costumam ser bastante utilizadas nas classes . Sabemos que são textos que interessam aos alunos  porque tratam de situações reais, muitas das quais eles partilham e vivem em seu dia-a-dia. Além disso, poder ler o jornal, acompanhar os acontecimentos do bairro, da cidade, do Brasil e do mundo é
um desejo bastante comum dos alunos .
Na aula da professora Clara, a notícia foi usada como um texto para ser copiado e para os alunos responderem a algumas questões.
As notícias que circulam nos jornais impressos ou televisivos estão a serviço da informação, motivam comentários e suscitam discussões. Ou seja, não são produzidas para serem apenas copiadas ou utilizadas como pretexto para questionários escolares.
O tema da notícia certamente interessaria aos alunos. Lembremos que três alunos chegaram atrasados à aula, justamente por causa da chuva que acabara de cair sobre a cidade. No entanto, como o foco da aula planejada pela professora Clara era a escrita, mesmo que apenas uma cópia e o exercício de interpretação, mesmo que apenas dar respostas a questões sobre o texto, não foi possível, para ela, relacionar o tema da notícia com a experiência que alguns de seus alunos e alunas viveram naquela tarde, começo de noite.
Pensemos, agora, sobre a aula proposta pela professora Neusa. Ela também escolheu a notícia como texto a ser trabalhado na aula. No entanto, ele foi o motivador da conversa, das discussões e produções acontecidas naquela noite. Neusa convidou seus alunos a organizarem o espaço da sala de aula de
forma especial, uma roda, onde todos puderam se ver e discutir mais adequadamente. É o espaço anunciando e convidando a uma grande conversa.
Antes do texto, a professora deu voz a seus alunos, pedindo que contassem as experiências já vividas por eles, em relação ao tema: a chuva e suas conseqüências. Os alunos, então, expuseram suas histórias ao grupo, que passou a pensar sobre as causas dos danos sofridos com as chuvas.
Discutiram, ouviram a leitura da notícia trazida pela professora e, então, produziram um texto, com as suas idéias. Um texto que apontava ações, soluções e saídas possíveis para diminuir os danos que as chuvas podem causar.
A notícia lida não foi o foco da aula. Ela veio agregar informações ao conhecimento que os alunos já tinham sobre o tema. O texto que os alunos produziram ao final da aula em nada se assemelha a uma cópia. Ao contrário, nele os alunos expressaram e articularam suas idéias, propuseram mudanças.
O texto remetia ao que sabiam antes da aula pela experiência vivida e ao que aprenderam durante a aula pela experiência compartilhada e ampliada.
Nessa aula, alunos e professora percorreram juntos um caminho de construção e expressão de conhecimento. Eles, construindo conhecimentos, compartilhando experiências e saberes; ela dando-lhes voz e intervindo em seu modo de pensar, através de perguntas e informações.
Poderíamos dizer que na aula da professora Clara aconteceu um encontro apenas físico. A professora orientou o trabalho sem contar com a ação e a participação efetivas dos alunos, que atuaram de forma passiva, realizando o que fora pedido. Certamente, alguns deles saíram da aula sabendo um pouco
mais sobre o tema do texto. É possível que alguns outros tenham relacionado o texto copiado com a sua experiência cotidiana. Mas isso não se estende a todos, já que não foram convidados a pensar, falar e ouvir.
Ao contrário, na aula da professora Neusa podem ser vistos todos em roda.
Eles puderam pensar, falar, ouvir e produzir. Podemos afirmar, com segurança, que todo o grupo saiu da aula num patamar diferente de conhecimento.
A sala de aula, para a professora Neusa, pode ser vista como um espaço de vivência e de aprendizagem. Ela não é a vida cotidiana, mas não se fecha para a experiência vivida por cada aluno fora dela. Antes, apóia-se nessa experiência para fazer nascer novos conhecimentos e para gerar novas aprendizagens.
O aluno é, para essa professora, alguém que pensa, que tem o que dizer e é capaz de aprender. A sala de aula se configura, então, como lugar de voz, de produção. Podemos dizer, de co-produção, espaço de construção compartilhada de conhecimentos.
Ambas as aulas permitem que pensemos, então, nas marcas que caracterizam a sala de aula como espaço de vivência e aprendizagem.
Para definirmos estas marcas, importa que tracemos os princípios a partir dos quais vamos pensar.

fonte: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja_caderno2.pdf