sábado, 30 de janeiro de 2010

AINDA A AVALIAÇÃO

Sentimos na pele que muitas avaliações praticadas na escola perderam o sentido. Elas classificam, excluem e....nada mais!
Em seu livro "Avaliação da aprendizagem - Práticas de Mudança: por uma práxis transformadora" Celso dos Santos Vasconcelos faz algumas pontuações interessantes.
A maior crítica ao sistema avaliatório presente nas escolas públicas hoje é o da prática classificatória e excludente - elevadíssimos índices de reprovação aliados a um baixíssimo nível de qualidade da educação escolar, em termos de apropriação de conhecimento.
Ao avaliar o aluno ou a turma, nós professores, devemos ter em mente:"O que faremos com o aluno que não atingiu o nível que nós estipulamos como mínimo?"
É preciso que assumamos um compromisso com a mudança que só vai acontecer depois de muita reflexão, disposição afetiva e querer. Devemos criar possibilidades reais de mudança e essa mudança deve estar voltada à melhoria da prática educativa e da prática avaliativa.
Ao percebermos a necessidade dessa mudança é preciso estabelecermos um novo " plano de ação", claramente explicitado e voltado para a interiorização do movimento da atividade educativa. Ou seja, devemos acreditar em nosso plano e mergulhar nessa crença.
O sistema de avaliação precisa mudar:
  • no seu conteúdo ( abrangência);
  • na sua forma ( exigência quantitativa);
  • na sua intencionalidade (objetivo);
  • nas suas relações (com a metodologia, com as condições de trabalho, com o sistema de ensino, com a condição de vida dos alunos.).
O acompanhamento dos processos de mudança da avaliação tem demonstrado que:
  • A mudança no conteúdo, na forma, nas relações sem a mudança na sua intencionalidade não apresenta resultados positivos;
  • A mudança na intencionalidade, mesmo sem mudanças em outros aspectos tem possibilitado avanços significativos no trabalho.
intencionalidade da avaliação deve ser: intervir na realidade a fim de transformá-la. O professor não pode desistir do aluno. Todo ser humano é capaz de aprender.
Na elaboração de uma tarefa avaliativa não devemos nos esquecer:
  • O que estamos ensinando é relevante?
  • Em que medida estamos ensinando de forma adequada?
As respostas a essas indagações devem nos levar a uma mudança de postura em relação às finalidades da educação e da avaliação e à busca de mediações adequadas de ensinar e de avaliar.
Precisamos incorporar uma tecnologia educacional que nos permita dispensar artefatos e desenvolver mentefatos avaliativos, confiando mais na nossa experiência,  na nossa intuição.
É preciso reconhecer que no contexto atual está muito difícil ser professor. E aí temos que admitir que a avaliação tradicional se transforma numa espécie de alívio:
  • do ponto de vista subjetivo , canaliza a culpa para lguém ( aluno ou família);
  • do ponto de vista objetivo canaliza a culpa para as condições de trabalho ( indisciplina, descaso).
A missão árdua que temos pela frente é resgatar a significação do estudo e dos conteúdos e buscar uma metodologia participativa em sala de aula, para que não necessitemos da nota para controlar o aluno. O desafio é ganhar o aluno pela proposta pedagógica.
A tarefa fundamental é partir de um projeto político libertador e construir um vínculo pedagógico coerente com o compromisso com a aprendizagem de nossos alunos.
Fácil?
Não! Extremamente difícil. Mas não impossível!

AVALIAR.......AVALIAR PRA QUÊ MESMO?



Jussara Hoffmann, em seu livro "Avaliar para promover - as setas do caminho", chama nossa atenção para o fato de que a avaliação, apesar de movida pelo sentimento de superação, deve servir à promoção, ao acesso a um nível superior de aprendizagem individual e não simplesmente à classificação e, consequentemente, exclusão. Daí a responsabilidade do educador com seu compromisso com a aprendizagem do aluno. É necessário abandonar a arbitrariedade, o individualismo e a competição e adotar a mediação, a observação da evolução da aprendizagem de cada aluno.É imprescindível compreender-se o fato de que a avaliação só tem sentido se ela possibilita a implementação de programas de melhorias de resultados!
As setas do caminho a que a autora se refere,podem ser resumidas:
De:
  • Avaliação para classificação,seleção,seriação;
  • Atitude reprodutora, alienadora, normativa;
  • Intenção prognóstica, somativa, explicativa e de desempenho;
  • Visão centrada no professor e em medidas padronizadas de disciplinas fragmentadas;
  • Organização homogeneizada, classificação e competição .
Para:
  • Avaliação a serviço da aprendizagem, da formação, da promoção da cidadania;
  • Mobilização em direção à busca de sentido e significado da ação;
  • Intenção de acompanhamento permanente de mediação e intervenção pedagógica favorável a aprendizagem;
  • Visão dialógica, de negociação, referenciada em valores, objetivos e discussão interdisciplinar;
  • Respeito às individualidades, confiança na capacidade de todos, na interação e na socialização.
A finalidade da avaliação mediadora é subsidiar o professor e suas práticas educativas, fornecendo meios para que se corrijam as distorções, tendo como meta a melhoria , respeitando sempre os limites e possibidades de cada aluno, mas não perdendo de vista sua formação como cidadão.
O conselho de classe deve perder o modelo classificatório e sentencitivo e adotar o modelo reflexivo e deliberador de novas ações que garantam a aquisição de competências necessárias à aprendizagem dos alunos.As questões atitudinais não devem prevalecer sobre as questões de ensino-aprendizagem, mesmo que isso leve ao desespero alguns professores!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

COMUNIDADE ATUANTE

Temos visto com muita frequência, professores reclamando sobre a ausência dos pais, das famílias na educação de suas crianças, de seus jovens.
Será que não está na hora, então, da escola arregaçar suas mangas e proceder a uma mudança na sua organização?
A escola, de modo geral, está subordinada a objetivos e tarefas comuns a todas as escolas. Não seria hora de romper com essa subordinação e pensar nas necessidades e prioridades de sua comunidade?
Piaget em seu livro Para onde vai a Educação?"nos adverte que a escola precisa se voltar para o pleno desenvolvimento da personalidade de seus alunos, levando em conta a diversidade que ela encontra nos bancos escolares.O fracasso escolar está muito mais ligado à rápida passagem que o professor faz do processo qualitativo (lógica) para o quantitativo (numérico). É inegável que o professor tem que estar atento a esse detalhe e proceder a uma mudança real.
Como os pais podem escolher o tipo de educação que desejam para seus filhos, nada melhor que ouvi-los, conscientizando-os que a educação é baseada em produção e linguagem que geram costumes e regras. A escola precisa implementar uma relação aluno/escola/aprendizagem em que haja tarefas que levem o aluno a compreender e participar ativamente da vida social, formando sua personalidade. Aos professores cabe mostrar a diferença e a produtividade dos alunos quando eles reconstroem e reinventam as situações de aprendizagem, porque estão criando uma cultura própria e não apenas reproduzindo uma cultura acadêmica e sem sentido para eles.
Muitas vezes os pais acham meio complicado entender essa nova metodologia, mas nem por isso se mostram contrários a ela.

E POR FALAR EM PREPARAÇÃO.......


Já que o ano novo vai alto........e precisamos nos preparar para receber nossos alunos, não devemos deixar que eles nos encontrem em estado desolador....é nosso dever e obrigação, como educadores e não simples professores,sermos persistentes em desenvolver processos que despertem novidades fascinantes e motivações positivas para reencantar a educação, conforme apregoa Hugo Assmann.
As circunstâncias adversas produziram um negativismo no qual, muitas vezes, nos afundamos e permanecemos resignados. Devemos aproveitar o início do ano letivo para reconstruirmos um ideal novo, um sonho novo. Vamos convocar pais, alunos, funcionários, voluntários, parceiros da comunidade para juntos fazermos uma reinterpretação do ser social que cada um representa, construirmos imagens mais positivas de nós mesmos, desbancando a prática atual de que professor é mal preparado, de que alunos não aprendem, de que famílias são ausentes, de que a comunidade não participa.Vamos pensar em nossos alunos, na cultura que eles precisam e que nós vamos ajudá-los a construir. Vamos otimizar espaços da escola, tempo, atividades, relacionamentos, metodologias e, consequentemente, estaremos otimizando a aprendizagem. A educação que nós vamos proporcionar aos alunos em 2010 vai sair do discurso e promover a revitalização do tecido social e do conhecimento, com todos os valores a si inerentes. Vamos trazer para nossas reuniões a lucidez, a ética, a solidariedade, a criatividade, a ternura tão necessárias para a felicidade coletiva. Que nossa escola possa ser instrutiva e criativa, cheia de encantamentos e acessível, comprometida com o social e centrada no prazer de ensinar e aprender e onde a educação se revista de encantos. Afinal esse é o nosso “trabalho”, nossa “profissão”!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

CAROS COLEGAS PROFESSORES




Eu reluto diante da ideia de que é preciso ensinar alguém a pensar sobre o que ele lê.Principalmente na escola, nosso dever é estimular a leitura,não apenas dos alunos, mas também dos colegas.Vejo muito as inspetoras de aluno lendo seus romances nos períodos de folga e isso nos traz um alívio enorme: ainda há gente que acha que ler é gostoso e não um fardo!Mas toda obra é aberta e permite N reflexões a respeito dela ou até mesmo ser lida e nada mais.O que gostaríamos de ver acontecer , principalmente na escola, é a partilha, a comunicação das ideias e das emoções que tal obra ou artigo suscitou. Por mais teórica que seja, toda leitura envolve razão e emoção, a percentagem de cada uma depende da sensibilidade de quem lê.
Paulo Freire usa uma linguagem poética e política ao mesmo tempo no seu Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à Prática Educativa. Essa é uma leitura inquietante que deve fazer parte de nosso acervo, pricipalmente se decidirmos optar por uma escola transformadora e aprendente em 2010.Porque , segundo o mestre, ensinar exige:
rigorosidade metódica;
pesquisa;
respeito aos saberes dos alunos;
criticidade;
ética e estética;
corporeificação da palavra pelo exemplo;
risco, aceitação do novo e rejeição da discriminação;
reflexão crítica sobre a prática;
reconhecimetno e assunção da identidade cultural;
respeito à autonomia do educando;
bom senso;
humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos do educando;
apreensão da realidade;
alegria e esperança;
convicção de que mudança é possível;
curiosidade;
segurança, competência e generosidade;
comprometimento;
compreensão de que a educação é uma forma de intervenção no mundo;
liberdade e autoridade;
tomada consciente de decisões;
saber escutar;
reconhecer que a educação é ideológica;
disponibilidade para o diálogo e
querer bem aos educandos.
Como isso será interpretado não depende de mim ou dos professores de língua portugesa. Mais uma vez, vai depender da sensibilidade de quem lê e da perseverança, ousadia e crença na educação que nós podemos oferecer aos nossos alunos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

COLEGAS PROFESSORES EM 2010


O mundo acompanha os avanços da ciência e da tecnologia e nos perguntamos:e a escola não evolui?
A pergunta é perigosa e a resposta mais ainda. Porque, basicamente, depende de nós iniciarmos essa mudança. É necessário pensarmos uma escola mais dinâmica que propicie a participação de todos e rompa com o isolamento do professor e que permita uma reelaboração de imagens mais positivas sobre nós mesmos. Temos que nos tornar mais responsáveis por nossa formação e autoformação para apagar de vez a imagem negativa de professor mal preparado que tanto encanta nossos opositores.
O importante é não nos acomodarmos, é irmos à luta com determinação e, para começar, que tal seguirmos as 10 competências para ensinar pregadas por Perrenaud, que todo professor deve buscar?
1-Organizar e dirigir situações de aprendizagem;
2-Administrar a progressão das aprendizagens;
3-Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4-Envolver os alunos em sua aprendizagem;
5-Trabalhar em equipe;
6-Participar da administração da escola;
7-Informar e envolver os pais;
8-Utilizar novas ecnologias;
9-Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão e,finalmente,
10-Administrar sua própria formação humana.
Porque o mais importante em nossa profissão é tornar a escola viva e as disciplinas com sentido para nossos alunos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

CÁ ESTAMOS!!!!!

O ano novo já está quase adolescente.......Coisas boas e coisas terríveis pontuaram esse início de ano nos colocando em alerta: o mundo é dinâmico, a vida é dinâmica, os fatos não pedem permissão para acontecer. Simplesmente chegam. Precisamos estar com os olhos bem abertos e os ouvidos bem ligados para transmitirmos a quem está ao nosso lado que a vida não é simplesmente um fardo que carregamos, mas ela é a oportunidade que temos de realizar uma obra que deixe marcada nossa passagem por ela.
Em 2010 queremos muito mais que trabalho, educação, disciplina, ética, respeito, conhecimento.Queremos realizar a NOSSA OBRA. A obra que nos deixará com o sentido de missão cumprida, de consciência tranquila, porque nós somos a consciência do mundo e não podemos declinar dessa missão.

Que venham 2010 e seus desafios!